AS MULHERES ESTÃO ASSUMINDO SEUS FIOS BRANCOS – LIBERDADE

Foto: Joana Moura (Reprodução/Instagram)

Enquanto diversas pessoas fazem o possível e o impossível para esconder todos os fios brancos, Joana seguiu o caminho oposto e foi na contramão, assumindo e destacando o cabelo grisalho por completo. “Não sei se o mundo tá preparado pra essa cabeleira cinza mas, preparado ou não, aqui vou eu.”

Parece estranho pensarmos que os fios naturalmente brancos e o cabelo completamente grisalho fossem render tamanha auto aceitação . “Nunca imaginei que um cabelo cinza ia me render tanta alegria. Alegria de me olhar no espelho e me sentir eu, de me achar bonita de verdade depois de 1 ano e meio de altos e baixos e das transformações da maternidade, de me sentir jovem e plena aos 36.”

Joana comentou como, para ela, assumir o cabelo grisalho foi uma revolução interna e uma nova descoberta de si mesma e de seus gostos. “Mas para além da revolução interna, tornar público nesse mundo digital a decisão e consequente jornada de engrisalhar me trouxe acolhimento, conexão, propósito. A cada mensagem de encorajamento, a cada cabeleira ostentandora de dois ou três ou quatro dedos de cinza que vejo por aí, a cada pessoa que me fala ‘achei meus primeiros brancos e isso me trouxe felicidade’ minha esperança se renova de que, de pouquinho em pouquinho, a gente vai mudando as coisas, quebrando os tabus, libertando umas às outras.”

Nosso cabelo reflete e coordena todas as partes de nossa aparência e de nossa autoestima. Quem nunca sentiu um boost de confiança quando apostou em um novo corte ou uma nova cor?! É de se esperar que, quando mudamos radicalmente nosso estilo capilar, isso reflita diretamente em nossas roupas, nosso estilo e até nosso comportamento. E claro que com uma mudança tão marcante e significativa como a transição para o cabelo grisalho, isso não seria diferente.

“Desde que transicionei completamente pro grisalho, a minha percepção sobre cores parece ter mudado completamente. Nessa primeira semana de cabelo cinza me permiti seguir meus instintos e, pra minha surpresa, me vi naturalmente atraída por todo aquele lado mais gélido da cartela que, honestamente, nunca foi a minha praia.”

“E que delícia tem sido experimentar com essas “novas” cores. Me ver bonita de azul, branco, cinza, amarelo flúor, lilás. Mas, depois de uma semana inicial de lua de mel, comecei a me perguntar: o que será do restante do meu armário? O que fazer com aquela fatia majoritária do meu acervo composta de tons terrosos quentinhos? Caramelo, mostarda, laranja, cores que até outro dia eram minhas amigas de todas as horas e agora parecem não fazer mais sentido no meu novo colorido natural.

Nesse exato momento olho pra elas e ainda não tenho a resposta definitiva. Sinto que meu casamento com os tons quentes está em crise. E o que a gente faz quando o casamento tá em crise? Bora trabalhar pra resgatar esse romance! Nada de sair jogando tudo pro alto e comprando um monte de coisa nova. Esse primeiro mês será de experimentação, de testar possibilidades, encontrar referências e tentar achar soluções. Se ainda assim eu não conseguir me achar ali naqueles tons, vamos partir pra terapia de casal, também conhecida como pedir ajuda pros universitários. E aí eu sei que poderei contar com apoio e sabedoria de profissionais de cor nas quais eu confio e que podem me ajudar nesse caminho.

Tô empolgada pra ver no que vai dar. Torçam por mim e pelos tons quentes. Vamos reacender a chama desse amor.”

Não devemos, em momento algum, sentir vergonha de aspectos tão naturais de nosso corpo. Envelhecer é um processo lindo e deve ser celebrado, e não escondido. Se você é do time que cobre os cabelos brancos e isso faz bem para sua autoestima, continue assim! Devemos fazer aquilo que nos faz bem! Mas, é importante fazermos uma reflexão, parar e pensar: eu faço o que faço com meu corpo por pressão de terceiros e por medo do que os outros vão achar ou porque realmente é o que quero?

Vamos deixar pra lá as coisas que nos escravizam e nos controlam e vamos abraçar a liberdade que é amar e aceitar a si próprio, da forma mais honesta possível.